UNDERGROUND: (adj.) subterrâneo, relativo a underground, relativo a movimento secreto de subversão ou resistência
INTRODUÇÃO
A cultura underground sempre teve muita importância para o desenvolvimento da cultura pop. Um dia o Rock foi underground, e atualmente qualquer adolescente filinho de papai se considera um rocker. Os ideais hippies, punk, grunje, etc estão impregnados em nossa cultura, sem que saibamos. Muito do que você pensa veio desses movimentos. Eles foram vitoriosos, mas já fazem parte do passado. Não há nada de mau em ouvir ou fazer Rock 'n Roll hoje, mas perdeu parte do sentido.
Por mais incrível que pareça ainda tem gente que nega as verdades que esses movimentos trouxeram. Como querer, então, que essas pessoas entendam o que movimentos mais atuais pregam? Todo movimento jovem é marginalizado e mitificado -"todo clubber é gay". Essa é sempre a primeira forma de ataque, como se ser gay fosse algo condenável. Infelizmente a cena ainda é para poucos. Somente para os que conseguem organizar as idéias de forma a não confundir princípios com preconceitos.
Mas, enfim, o que é ser underground hoje em dia? Negar costumes e tradições, criando e seguindo seus próprios princípios e emoções, essa é, e sempre foi, a base. Ser capaz de superar todo e qualquer preconceito, regra ou convenção a fim de simplesmente atingir o máximo de prazer na vida. Afinal para que serve a vida? O conceito é esse: fugir da dor e buscar o prazer. Basta seguir a ordem natural das coisas sem se preucupar com tabus religiosos. A religião é apenas uma muleta para os mais fracos, mas esse é um assunto do qual não tratarei aqui, poderia ficar horas discorrendo sobre isso, mas pretendo ser o mais breve possível.
Lou Reed foi underground em sua época. Mas será que hoje em dia ele seria rotulado da mesma maneira? Nos anos 60 ele escrevia poesia subversiva tratando do lado negro de New York enquanto os Beetles e utras bandas faziam sucesso com canções de amor. Ele expunha ao mundo o que ninguém conhecia. Atualmente é lugar comum escrever músicas sobre a criminalidade e as injustiças do mundo. A população já tomou conciência disso. Lou Reed saiu vitorioso, pois quebrou tabus e trouxe o assunto à tona, reduzindo o preconceito de certas classes sociais.
A CULTURA HACKER
[Manifesto Hacker]
"Mais um foi preso hoje. Está escrito nos jornais! "Jovem preso por crime de computador". "Hacker preso depois de invadir banco"
Malditos garotos!... Eles são todos iguais!
Mas você, no seu um terço de pscologia e um cérebro tecnológico de 1 950, nunca olhou atrás dos olhos de um hacker. Você alguma vez sonhou em fazer-lhe perguntas? Que forças o incentivaram? O que pode ter moldado ele?
Eu sou um hacker! Entre no meu mundo. Meu mundo começa na escola... Sou mais esperto que os outros garotos, e essa bosta que nos ensinam me chateia.
Malditos garotos!... Eles são todos iguais!
Estou no ginásio... ouvi dos professores, pela quinquagésima vez, como reduzir uma fração. "Não professor, não demonstrei meu trabalho, eu o fiz de cabeça."
Malditos garotos!... Provavelmente ele colou. Eles são todos iguais!
Eu fizuma descoberta hoje. Ganhei um computador. Espere um segundo! Isso é legal. Ele faz o que eu quero. Se comete um erro é porque eu errei. Não porque ele não goste de mim ou se sinta intimidado por mim... Ou porque não gosta de ensinar e não deveria estar aqui.
Malditos garotos!... Eles são todos iguais!
E,... então,... aconteceu... Uma porta se abriu para um outro mundo. Cavalgando pela linha telefônica, como herói, por veias de metal, um pulso elétrico é mandado para fora. Um refúgio do dia onde não existe inconpetência... Uma placa é achada.
"É isso! É de onde venho." Eu estou onde gosto... Sinto-me à vontade aqui. A cada dia que passa meus conhecimentos aumentam vertiginosamente. Eu passo a conhecer sobre tudo e sobre todos...
Malditos garotos!... Usando a liha do vizinho de novo! Eles são todos iguais!
Você põe a bunda no mesmo lugar que os outros... Nós tivemos comida que não gostávamos na escola, quando estávamos com fome. Nós fomos dominados por sadistas, ou ignorados pelos apáticos. Poucos tem algo a nos ensinar, e esses poucos são como "gotas d'água no deserto".
Esse é o nosso mundo agora. O mundo de elétrons e botões, a beleza da transmissão. Nós fazemos uso de um serviço que deveria ser barato, e vocês nos chamam de criminosos. Nos exploram, e vocês nos chamam de criminosos. Nós vamos atrás do conhecimento e vocês nos chamam de criminosos. Nós existimos sem cor, sem nacionalidade, sem religião, e vocês nos chamam de criminosos.
Vocês constroem bombas atômicas, vocês matam, trapaceiam, e mentem para nós, e tenta nos fazer crer que é para o nosso bem.
"É"..., nós é que somos criminosos. Sim eu sou um criminoso. Meu crime é a curiosidade. Meu crime é julgar as pessoas pelo que elas dizem e pensam... não pelo que elas parecem. Meu crime é ser mais esperto. Coisa que você nunca vai perdoar.
Eu sou um hacker, e esse é o meu manifesto.
Você pode parar um de nós. Mas não pode parar a todos."
-Mentor
Esse é um manifesto escrito por um hacker da "velha guarda" (coisa de 10 anos atrás) e amplamente divulgado na Internet. Praticamente todo mundo já o leu. Sintetizando, o que ele quer dizer é que hackers não são criminosos, mas são vistos como tais, assim como qualquer minoria underground.
A cultura hacker prega a o direito de todos terem conhecimento sobre tudo. A INFORMAÇÃO DEVE SER LIVRE.
Muitos pensam que hackers são nerds que não tem o menor tato social por isso veêm nos computadores um refúgio. Isso não é verdade. Hackers são artistas. Eles usam a tecnologia e o conhecimento a seu favor. Em geral são muito inteligentes, apenas pelo fato de estarem sempre exercitando o cérebro em busca de novas descobertas. Isso faz com que formem idéis diferentes do "comum", e acabam sendo marginalizados por isso. Existem por aí muitos hackers que nunca tiveram acesso a um computador. Cientistas, buscando uma nova maneira de fazer algo, estão hackeando. Jornalistas, buscando a verdade, são hackers. Muitos músicos, buscando novas formas de se expressar, poderiam ser considerados hackers.
*Atente para o fato de que existem por aí muitos adolescentes perdedores que pensam que entendem tudo de computadores e se autodenominam hackers. Esses não passam de idiotas que se consideram o máximo.
A CULTURA CYBERPUNK
A cultura cyberpunk surgiu a partir de romances e filmes, como, por exemplo, Blade Runner. Em geral esses romances retratam um futuro caótico, em que um sistema domina e reprime a população. Nesse mundo os hackers tem papel fundamental, pois toda a trama se desenvolve ao redor de alta tecnologia.
Esse é o nosso mundo hoje. Não tão explícito, é claro, mas a idéia é a mesma. Os samurais urbanos existem. Eles são aqueles que gostam e sabem viver na cidade, sempre usando os recursos disponíveis a seu favor, inclusive a tecnologia.
O perfil de um "cyberpunk" hoje em dia seria algo como uma mistura de hacker e raver. Algo bem urbano. Um cyberpunk tem grande capacidade de comunicação e de adaptação, pois isso é indispensável para a vida na cidade grande.
Cyberpunks são, a priori, marginais, pois são discriminados pela sociedade em geral, que não faz idéia da capacidade deles. Na verdade eles estão acima da sociedade. Eles são a utopia do cidadão do futuro, mas por enquanto ainda são tachados como underground, e poucos os conhecem.
AS RELAÇÕES COM O FUTURO E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tendência é que no futuro (talvez mais rápido do que se possa imaginar), todos se tornem o que hoje é chamado de "cyberpunk". Um dia isso será considerado normal, e deixará de ser um movimento underground para se tornar o "padrão".
Um sinal dessa mudança é a força cada vez mais ampla que a ciência exerce sobre a sociedade. A ciência é baseada em fatos e informações. Em conhecimentos. A informação já é a arma mais importante atualmente. Em guerras o controle da informação é item estratégico de primeira importância. Um exemplo são as leis dos Estados Unidos que proibem a exportação do PGP, um programa de criptografia muito poderoso, considerado "inquebrável". O ideal hacker tende a se tornar o ideal de toda a população mundial. A INFORMAÇÃO DEVE SER LIVRE.
E quanto ao lado ligado a cultura raver, não restam dúvidas de que no futuro ninguém mais se importará com preconceitos e todos buscarão apenas paz e prazer.
Para isso basta todos pararem pra pensar e se conscientizarem.
by Orbitz
http://www.geocities.com/orbitz_br/manifesto.htm