*Colecionador de Pedras
A Periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor.
Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado. A favor de um futuro limpo, para todos os brasileiros.
A favor de um subúrbio que clama por arte e cultura, e universidade para a diversidade. Agogôs e tamborins acompanhados de violinos, só depois da aula.
Contra a arte patrocinada pelos que corrompem a liberdade de opção. Contra a arte fabricada para destruir o senso crítico, a emoção e a sensibilidade que nasce da múltipla escolha.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
A favor do batuque da cozinha que nasce na cozinha e sinhá não quer. Da poesia periférica que brota na porta do bar.
Do teatro que não vem do “ter ou não ter...”. Do cinema real que transmite ilusão.
Das Artes Plásticas, que, de concreto, quer substituir os barracos de madeiras.
Da Dança que desafoga no lago dos cisnes.
Da Música que não embala os adormecidos.
Da Literatura das ruas despertando nas calçadas.
A Periferia unida, no centro de todas as coisas.
Contra o racismo, a intolerância e as injustiças sociais das quais a arte vigente não fala.
Contra o artista surdo-mudo e a letra que não fala.
É preciso sugar da arte um novo tipo de artista: o artista-cidadão. Aquele que na sua arte não revoluciona o mundo, mas também não compactua com a mediocridade que imbeciliza um povo desprovido de oportunidades. Um artista a serviço da comunidade, do país. Que armado da verdade, por si só exercita a revolução.
Contra a arte domingueira que defeca em nossa sala e nos hipnotiza no colo da poltrona.
Contra a barbárie que é a falta de bibliotecas, cinemas, museus, teatros e espaços para o acesso à produção cultural.Contra reis e rainhas do castelo globalizado e quadril avantajado.
Contra o capital que ignora o interior a favor do exterior.
Miami pra eles ? “Me ame pra nós!”.
Contra os carrascos e as vítimas do sistema.
Contra os covardes e eruditos de aquário.
Contra o artista serviçal escravo da vaidade.
Contra os vampiros das verbas públicas e arte privada.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
Por uma Periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor.
É TUDO NOSSO!
01/05/2011
Manifesto da Antropofagia periférica - Sergio Vaz.
Postado por Caramujo às 07:51 0 comentários
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15/09/2010
sobre o serra...
Serra usa essa técnica: quando não gosta de uma pergunta atribui ao entrevistador animo petista.
Foi assim com o Heródoto, que ele defenestrou do Roda Viva (ou melhor, Morta).
Para evitar esse dissabor, os repórteres que forem entrevistar o jenio furioso devem seguir as instruções que constam nesse Manual.
O Conversa Afiada publica texto do Terra, a partir de twitter de BillGuinzani.
Acompanhe o textpo original :
Serra se irrita e ameaça deixar entrevista em programa de TV
Priscila Tieppo
Direto de São Paulo
Em gravação do programa Jogo do Poder, da CNT, o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, se irritou com perguntas sobre a quebra de sigilos de tucanos e pesquisas e ameaçou deixar a entrevista.
O candidato disse que eles “estavam perdendo tempo falando daqueles assuntos”, enquanto podiam dar ênfase aos programas de governo dele. Após a apresentadora Márcia Peltier citar que a quebra de sigilo teria acontecido em 2009, antes do anúncio das candidaturas à presidência, Serra subiu o tom:
- Que antes da candidatura, Márcia? Nós estamos gastando tempo aqui precioso, estamos repetindo os argumentos do PT, que você sabe que são fajutos, estamos perdendo tempo aqui.
Márcia tentou contemporizar, mas não conseguiu acalmá-lo. “A candidata do PT virá aqui?”, perguntou. Após a afirmativa de Márcia, ele retrucou: “então, pergunta para ela”.
“Agora nós vamos falar sobre programas”, tentou prosseguir a apresentadora. Neste momento, Serra levantou-se e ameaçou sair do estúdio. Tentando arrumar o fio do microfone, disse: “eu não vou dar essa entrevista, você me desculpa”.
Márcia insistiu dizendo que eles falariam de programa de governo, mas ele se manteve firme. “Faz de conta que eu não vim”. “Mas porquê, candidato?”, disse, ainda sentada. “Porque não tem nada a ver com pergunta, não é um troço sério. (…) Apaga aqui”. “O que o senhor quer que apague?”, perguntou Márcia. “Apague a TV pra gente conversar”.
Márcia pediu que as câmeras fossem desligadas e as luzes do estúdio apagadas, mas Serra continuou falando: “porque isso aqui está parecendo montado”. “Montado para quem? Aqui não tem isso”, defendeu a jornalista.
O candidato voltou a reclamar da pauta das perguntas – que até então, havia se fixado nos acessos fiscais e sobre as pesquisas. “Me disseram que eu ia falar de política e economia”.
Depois de conversar reservadamente com Márcia e o apresentador Alon Feuerwerker, Serra voltou ao estúdio e respondeu a questionamentos sobre economia, saúde e saneamento básico.
Ao final da gravação, Serra foi questionado pelos jornalistas que estavam no local sobre sua irritação. O candidato negou ter se irritado e afirmou que apenas estava “com estômago ruim” porque não tinha tomado café da manhã.
Segundo a assessoria de imprensa da emissora, as perguntas feitas ao candidatos sobre os assuntos que o incomodaram serão mantidas na edição que irá ao ar nesta quarta-feira (15), às 22h50.
Ouça aqui o áudio da discussão entre o jenio e a repórter.
*http://www.conversaafiada.com.br/Postado por Caramujo às 17:43 0 comentários
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24/08/2010
Camelo...Leão...Criança
Camelo, Leão e Criança!
O homem, ao nascer, é como o camelo. É obrigado a comer, assimilar e armazenar, por um bom tempo, grande parte dos dados, histórias e ensinamentos acumulados pela humanidade ao longo de séculos. Essas informações chegam a ele por meio das orientações dos pais, professores e mestres, da convivência com seus iguais ou também por toda a produção cultural existente na sociedade: livros, filmes, arte, teatro, arquitetura, todo tipo de mídia... Ele vai ruminar, ruminar e ruminar essa quantidade enorme de dados até construir seu sistema de valores e crenças que, na maioria das vezes, já está alinhado com valores e crenças organizadas e pré-existentes sejam elas religiões, sejam elas sistemas políticos, filosofias ou doutrinas.
A maior parte da humanidade vive no estado de camelo. Só assimilando, aceitando, deglutindo. Ou, pior, se estapeando por causa do conteúdo engolido, isto é, por causa de suas crenças, ideologias ou religiões. Os homens-camelos não têm potencial crítico para se afastar da própria crença, analisá-la de forma isenta e descobrir seus pontos falhos ou ângulos distorcidos. Principalmente porque ela está baseada na emoção, não na razão. Por isso, para eles, de alguma forma parece impensável e sacrílego fazer essa avaliação.
Uns poucos entre os camelos chegam ao estado de leão. Normalmente, os grandes felinos se insurgem contra isso tudo que está aí, como se dizia na década de 70. Pode ser por meio da arte, como Picasso, que subverteu os cânones dos critérios artísticos aceitos até sua época (não sem antes dominálos muito bem, por sinal). Pode ser por meio do cinema, como Ingmar Bergman, que trouxe a conflituosa realidade psicológica do ser humano para seus filmes inovadores. Ou pode ser por meio da religião. Francisco de Assis, por exemplo, foi um extraordinário leão de seu tempo.
Leões são geralmente líderes e, por isso, têm enorme influência junto aos camelos. Por isso mesmo, muitas vezes são feitos em pedacinhos por eles ou, então, por outros leões na defesa de seu território. O problema do leão é que, na maioria dos casos, ele ainda está preso ao que ele é contra. Pode dedicar sua vida e até morrer por seu ideal. Como diz o mestre espiritual Osho, que comentou a teoria de Nietzsche no livro 'Liberdade, a Coragem de Ser Você Mesmo', a grande maioria da humanidade está empacada no estado do camelo; a minoria está empacada no estágio do leão. A maioria significa as massas; a minoria, a 'intelligentsia' (pintores, músicos, cineastas, intelectuais, escritores, uma boa parte dos pensadores...). O leão, continua Osho, evolui das massas e se faz por si mesmo. Ele é basicamente mental e egóico. Já para se formar a criança é preciso uma formidável revolução interior. A criança é a pessoa que passou por uma transformação interna absolutamente radical. Ela tornou-se um outro ser, renasceu. É pós-mental e pós-egóica. O camelo vive no passado, o leão no futuro e criança no aqui-e-agora.
Ela é a única realmente livre.
* Fiedrich Nietzsche
* Revista Vida Simples (Editora Abril) - Março/2008
Postado por Caramujo às 20:39 0 comentários
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19/07/2010
Pensamentos...futuro...criação...
O futuro não é o resultado de escolhas entre caminhos alternativos oferecidos pelo presente, e sim um lugar criado. Criado antes na mente e na vontade, criado depois na ação. O futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. Os caminhos não são para ser encontrados e, sim, feitos. E a ação de fazê-los muda ambos, o fazedor e o destino."
*John Schaar
Postado por Caramujo às 21:10 0 comentários
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Sobre futuro...máquinas...espaço
Nosso destino supremo talvez esteja nas estrelas, mas as limitações impostas pela física e por nossa biologia indicam que esse futuro deve se reservar às nossas crias mecânicas – os robôs – ou talvez aos computadores capazes de replicar vida orgânica em longas distâncias.
*LAWRENCE M. KRAUSS
Postado por Caramujo às 21:03 0 comentários
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01/07/2010
Crise Econômica e Absurdo Filosófico
Quando Camus faz seu irresistível personagem Meursault, de O estrangeiro, assassinar um árabe na praia ‘por causa do Sol’ e, com a mesma gratuidade, o leva a assistir ao enterro da mãe, ir ao cinema e ajudar um amigo num caso obscuro, ele apenas desvela uma das mais temerárias facetas da nossa existência: o absurdo.
Podemos falar da crise econômica que se abateu sobre o mundo globalizado como um desses absurdos tão caros a Camus e aos existencialistas franceses? Que melhor definição pode ser aplicada à situação de um casal idoso que pôs suas economias, durante décadas, numa instituição financeira, com o fim de ter uma velhice confortável, ao receber a notícia de que perdeu tudo na crise?
Não é possível aquilatar se a dor que se abate sobre um operário, que perdeu seu trabalho, tem a mesma intensidade que a do empresário que vê seu patrimônio escorrer entre os dedos. Ou aquela família que teve de abandonar a própria casa por inadimplência e a do casal de idosos mencionado. Aqui talvez pudéssemos citar Tolstoi na abertura do seu romance Ana Karenina: “Todas as famílias felizes se parecem; cada família infeliz é infeliz à sua maneira”.
A crise chegou. As pessoas perdem seus bens. Empresas vão à falência. Milhares estão desempregados. Há desesperança onde quer que repouse o olhar. A insegurança, filha espúria do absurdo globalizado, bateu à porta. Há decepção e descrença. É quase impossível abstrair que, por trás da bancarrota, há uma cabeça de medusa e seus mil tentáculos que responde pelo insípido nome de “sistema”. A cada uma das vítimas adiciona-se o peso do fracasso pessoal, da impotência e da culpa. Não somos, entretanto, individualmente responsáveis pelo absurdo que se avizinhou de forma sorrateira, pegando-nos de surpresa. Batemos no próprio peito assumindo para nós mesmos as conseqüências do fracasso. Poucos percebem que estamos inseridos num sistema de bases movediças. Não houve entre nós quem tivesse a sensibilidade aguçada do elefante que previu o tsunami com antecedência de horas. Uma multidão de especialistas não o fez. E se o tivessem feito, mudaria alguma coisa?
Não me parece que, se assim fosse, o resultado seria diferente. Ninguém estava a postos para fazer previsões desse quilate. Pensávamos apenas em concorrer, disputar, vencer, chegar lá, e jogamos todas as fichas nesse ambicioso projeto.
É possível fazer previsão realista para as conseqüências da crise econômica na saúde física e mental das suas vítimas? Quantos ataques cardíacos poderão ocorrer por causa disso? Quem se tornará hipertenso, ansioso, depressivo. E os que terão ataques de pânico? Quantos suicídios serão computados na sombria contabilidade da crise econômica? Também neste pormenor não há especialista capaz de fazer previsão. A crise econômica não faz bem a ninguém. Maltrata a todos, direta ou indiretamente.
O executivo que perdeu suas regalias na crise é acometido subitamente de forte opressão no peito. Um manto de suor recobre seu rosto. Sua pele torna-se pálida e a respiração é ofegante. Em alguns minutos é conduzido a um pronto-socorro. Os exames não revelaram nenhuma alteração. O cardiologista calmamente informa-lhe o diagnóstico: “Sua saúde física está em ótimo estado. Seu problema é psicológico”. Cenas como essa são reproduzidas diariamente em hospitais de todo o mundo.
Mas é um erro interpretar esse tipo de ocorrência como mero “problema psicológico”, pois essa postura minimiza a importância dos efeitos da mente sobre o corpo. Só nos Estados Unidos, 1,5 milhão de pessoas sofre ataque cardíaco por ano. É difícil determinar quantos desses eventos devem ser atribuídos ao estresse. Uma equipe de pesquisadores da University College London fez uma ampla revisão em questionários aplicados a pessoas que sofreram ataques cardíacos entre 1974 e 2004 e compilou respostas dadas à seguinte questão: “O que você estava fazendo ou sentindo nas horas que antecederam o ataque cardíaco?”. Estresse emocional estava entre as respostas mais comuns.
O que fazer para amenizar o impacto da crise econômica na vida cotidiana?
Para alguns, o abandono do ato de fumar, a redução no consumo de café e adoção de dietas ricas em legumes e frutas, em detrimento de excessivo consumo de carne vermelha, estão entre eles. Há uma lista que pode parecer clichê, mas que não deve ser subestimada. Ampliar o interesse por temas elevados, por cultura, boas leituras, música, artes em geral. Procurar o convívio de pessoas mais sábias, aproximar-se mais dos verdadeiros amigos e das pessoas queridas. Talvez devêssemos incluir aí um pouco de filosofia, quem sabe até mesmo religião em doses adequadas.
Mas há algo, amplamente desenvolvido entre os animais, particularmente entre os chimpanzés, que deveríamos retomar como uma das formas de enfrentar o absurdo que nos espreita a cada dia: altruísmo, ou o retorno à indignação ética.
*Scientific American
Postado por Caramujo às 18:07 0 comentários
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04/04/2010
Manifesto contra o Trabalho
"Há séculos está sendo pregado que o deus-trabalho precisaria ser adorado porque as necessidades não poderiam ser satisfeitas sozinhas, isto é, sem o suor da contribuição humana. E o fim de todo este empreendimento de trabalho seria a satisfação de necessidades. Se isto fosse verdade, a crítica ao trabalho teria tanto sentido quanto a crítica da lei da gravidade. Pois, como uma "lei natural" efetivamente real pode entrar em crise ou desaparecer? Os oradores do campo de trabalho social - da socialite engolidora de caviar, neoliberal e maníaca por eficiência até o sindicalista barriga-de-chope - ficam em maus lençóis com a sua pseudo-natureza do trabalho. Afinal, como eles querem nos explicar que hoje três quartos da humanidade estejam afundando no estado de calamidade e miséria somente porque o sistema social de trabalho não precisa mais de seu trabalho?"
Postado por Caramujo às 19:21 0 comentários
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02/04/2010
24/03/2010
Livre Cooperação...Christoph Spehr
A utopia política não seria obsoleta nos dias modernos ou pós-modernos.
Não é algo que tenha de ser deixado de fora hoje mas, naturalmente, há
algumas coisas, alguns aspectos, que têm de ser diferentes. A utopia
política, o pensamento utópico de hoje, tem que se diferir da maioria das
coisas que hoje reputamos como utopias políticas. Eu acho que a primeira
coisa importante é que ela têm de ser não-prescritiva. A maioria dos
pensamentos utópicos é prescritiva, no sentido de que dita ao povo o que
fazer. A idéia que está por detrás disso é que, se foram estabelecidas as
regras apropriadas, então a sociedade fluirá em ordem. Estas regras, porém,
têm de ser respeitadas, é claro. É como uma gaiola feita pelo autor da
utopia, onde se pode colocar as pessoas dentro. Se seguirem as regras,
funciona. Isso, acho eu, é algo inaceitável hoje, e jamais poderá ser uma
utopia livre. Portanto, deve-se construir a utopia no fato de que as pessoas
façam o que querem. Não se pode impor nossas idéias da consciência
correta, do certo e do errado, não se pode excluir certos desejos, algumas
ações como erradas. Isto é o que você tem que fazer. ...É muito importante que o conceito de cooperação livre não venha a ditar maneiras especiais de estruturar as sociedades, ou quaisquer outros níveis do social. É apenas um caminho de como as decisões são tomadas e pode, e
irá, sempre incluir a criação de regras que permitam a grupos e pessoas
tomarem decisões que não são tomadas por todos os membros desse
grupo. Isso também permite que os grupos digam: queremos aqui uma
regra especial, necessária para nós no momento, e que pode não ser a idéia
final no longo curso, mas que possamos escolher, desde que haja uma
garantia de que possa ser revertida. Acho isto importante porque permite a
grupos, movimentos e grandes comunidades de estudarem,
experimentarem e ajustarem suas formas de acordo com os problemas que
enfrentem.
Postado por Caramujo às 21:09 0 comentários
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21/03/2010
GOG fala sobre a perda de Dina Di
Salve meu povo,
Hoje quem administra meu site e em especial suas postagens é a PESO
(Periferia Soberana), dentro de um processo de gestão compartilhada
fundamentado no conceito de coletividade. Porém em alguns momentos
tenho que parar a correria para escrever algumas coisas, sejam
manifestos, desabafos…
… e hoje estou aqui para expressar minha profunda tristeza com a
perda da minha parceira de correria, de ideal, de profissão, e amiga, DINA
DI.
Eu não podia ter outra atitude senão me manifestar, pois esta
guerreira é, e sempre será como parte da minha família. Me lembro como se fosse hoje a gravação do single “Periferia é o Alvo”, produzido pelo DJ Raffa, e lançado pelo meu selo, Só Balanço, o ano era 1997, exatos 13 anos.
Na época a Dina Di e a Paula se hospedaram na minha casa por aproximadamente 40 dias, tempo de produção do trabalho. Foram dias intensos, que culminaram na gravação do vídeo clipe, “Irmã de Cela”, o primeiro do grupo Visão de Rua, fundado por Dina, e que veio a se tornar o mais importante grupo de rap feminino de todos os tempos.
Durante a estada, ela demonstrou ser uma mulher de gênio forte, perseverante. Uma pessoa muito especial que cativou todos(as) do Riacho Fundo com o seu jeito de ser.
Ela e a Rogéria, minha esposa, estavam grávidas e nasceram o Vitor, e o Lucas, bem proximos um do outro, o que também aproximou ainda mais nossa amizade.
Tivemos vários encontros durante os anos seguintes: galeria, palcos, Campinas, em Brasília, na gravação da música “Ruas de Sangue” que teve além da minha, a participação do Conciência Humana, mas aqueles dias de 97 são os que realmente mais marcaram!
Hoje, eu disse ao meu parceiro Tchok (esposo) por telefone, minutos após o sepultamento da nossa eterna, que era preciso ter fé.. Foi difícil falar com o irmão naquele momento. Como sempre, ele mostrou hombridade, e mesmo ferido, arrasado, teve palavras para dizer que é preciso prosseguir e honrar a caminhada dela, que na real, era deles e criar filho e filha.
Não Pude estar presente no funeral, pois quando fiquei sabendo já eram
14:00h e não haveria tempo hábil para chegar
em São Paulo.
Imediatamente desloquei meu assessor de comunicação (Eduardo
Bustamante) que se encontrava no interior de SP, na cidade de Taubaté, para que me representasse e levasse flores em meu nome, do
Dexter, Gato Preto, da Família Riacho Fundo e DF, e do Realidade Cruel.
Era o que eu podia fazer! Um nó na garganta, como de costume nesses episódios me amordaçou.
Foi quando me veio à mente a frase do gênio do rap, Gato Preto: “dê-me
as rosas ainda em vida, porque morto não sentirei o seu perfume”.
Que todo mês de março, quando celebrarmos o mês das mulheres,
relembremos a memória desta grande mulher, honrada, comprometida e
aguerrida, proclamadora do amor através de suas composições e de exemplo de boa mãe que sempre foi.
Ficam agora as orações para que Deus a receba em um bom lugar, permita
seu descanso e que sua luz brilhe no nosso céu de estrelas juntamente
com Sabotage, Gilmar, Félix(Coban), Marcos Ribeiro, Mano Thutão, Mano “J”, Dj Primo, entre outros(as) eternamente lembrados(as) como guerreiros(as) do hip hop e batalhadores por um mundo melhor e mais justo,
Com o respeito de sempre e coração apertado,
GOG!
*http://gograpnacional.com.br/
Postado por Caramujo às 10:22 0 comentários
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15/02/2010
A FÁBRICA DA INFELICIDADE - Prólogo à edição castelhana - Franco Berardi (Bifo)
No centro da new economy, entendida como modelo produtivo e como
discurso cultural, se acha uma promessa de felicidade individual, de sucesso
garantido, de ampliação dos horizontes de experiência e de conhecimento.
Esta promessa é falsa, falsa como todo discurso publicitário. Impulsionados
pela esperança de alcançar a felicidade e o sucesso, milhões de jovens
trabalhadores altamente qualificados aceitaram trabalhar em condições de
um espantoso estresse, de super-exploração, inclusive com salários muito
baixos, fascinados por uma representação ambígua na qual o trabalhador é
descrito como um empresário de si mesmo e a competição é elevada a regra
universal da existência humana.
Postado por Caramujo às 19:03 0 comentários
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12/02/2010
..a segurança e seu preço...
Postado por Caramujo às 21:04 0 comentários
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25/01/2010
...o espetaculo
Toda a vida das sociedades nas quais
reinam as condições modernas de produção se
anuncia como uma imensa acumulação de
espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido
se esvai na fumaça da representação.
Guy Debord - A Sociedade do Espetaculo
Postado por Caramujo às 19:04 0 comentários
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24/01/2010
"O SER ÚNICO"
É cansativo ter que pensar na mesma coisa todo dia. Pensar em algo por obrigação não é pensar. É repetir. O ideal seria pensar no que pensar antes de pensar para não acabar pensando no que todo mundo pensa. Por isso, não venha me pedir para pensar e saber algo que todo mundo pensa e sabe. Não quero saber apenas o que todo mundo ou qualquer um sabe. Porque, se eu assim o fizesse, não pensaria, apenas copiaria o pensamento de quem já pensou. Quero inovar. Pensar é inovar. Pensar é ir além do que já foi pensado por alguém. É fazer por si só. É não se satisfazer com uma resposta. É inquietar-se com uma pergunta. É buscar o desconhecido mundo daquilo que ainda não foi pensado. Foi isso que fizeram os gênios. Eles apenas pensaram que deveriam pensar naquilo que ninguém havia pensado. Pensar assim é ser único.
*Althair Jr.
Postado por Caramujo às 20:08 0 comentários
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21/01/2010
Manual Prático do Ódio - Ferréz
Manual Prático do Ódio conta a história de um grupo que planeja um assalto, mas também fala de outros medos e mistérios universais, de personagens que cultivam razões odiosamente humanas para matar, amar ou morrer. As diferentes facetas do ódio que, numa engrenagem cruel, afeta também gente como o metalúrgico Paulo, amante de livros e inconformado com o estado de degradação da comunidade onde vive; e ainda como o garoto Dinoitinha, um vendedor de flores, que está a um passo de se iniciar nas artimanhas das "quebradas".
Escrito com uma narrativa lancinante e ritmo veloz, Manual Prático do Ódio é uma história abertamente inspirada em vidas reais e também inventada pelo talento de ficcionista de Ferréz.
Postado por Caramujo às 19:56 0 comentários
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18/01/2010
Relato original de Isaac Newton e da maçã revelado ao público
Um dia, Isaac Newton (1643-1727) estava sentado à sombra de uma macieira no jardim de sua casa quando de repente de interrogou: «Por que é que as maçãs caem sempre perpendicularmente ao solo?».
Neste momento, um dos mais relatados na História da Ciência, a noção de gravidade começava a ganhar forma. Pela primeira vez, é revelado ao público o manuscrito em que originalmente é contado esse episódio.
O manuscrito de «Memoirs of Sir Isaac Newton's Life», escrito por William Stukeley, em 1752, estava nos arquivos da Royal Society, de Londres, e é agora dado a conhecer através do website «Turning the Pages», elaborado a propósito do 350º aniversário daquela instituição britânica.
William Stukeley foi amigo e o primeiro biógrafo de Newton. Este antiquário e arqueólogo pioneiro no estudo de Stonehenge, acompanhou sempre os pensamentos de Newton. Muitas vezes com ele se sentou debaixo da famosa macieira e foi lá que testemunhou as primeiras reflexões do físico acerca da teoria da gravidade.
Na biografia, Stukeley relata que Newton lhe contou que foi nessa mesma situação, num momento de contemplação, que a queda de uma maçã fez luz na sua mente.
De grande importância para historiadores e cientistas, esta obra está agora disponível para consulta na seguinte página: www.royalsociety.org/turning-the-pages.
* CiênciaHoje
Postado por Caramujo às 20:43 0 comentários
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14/01/2010
Manifesto pela Arte
Enquanto houver diferença, que haja arte para retratá-la;
Enquanto houver inverdade, que se faça arte, para denunciá-la;
Enquanto houver ócio, que exista arte para embriagá-lo;
Enquanto houver opinião, que apareça arte para expressá-la;
E enquanto houver uma história, que se tenha a arte, para eternizá-la.
*http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36741000
Postado por Caramujo às 19:35 0 comentários
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30/12/2009
Lázaro Curvêlo Chaves
Em primeiro lugar, deve-se desprezar concepções errôneas segundo as quais "anarquia" seria sinônimo de "bagunça". Anarquia é ausência de governo e mesmo de atividade parlamentar; que os agentes políticos devem atuar diretamente em busca de manter e ampliar todas as formas de participação nos aspectos decisórios da sociedade em que vivem. Ação Direta, aliás, é o nome que adotam várias organizações anarquistas pelo mundo afora.
Diz-nos Malatesta em seus "Escritos Revolucionários" que "Se quiséssemos substituir um governo por outro, isto é, impor nossa vontade aos outros, bastaria, para isso, adquirir a força material indispensável para abater os opressores e colocarmo-nos em seu lugar * Mas, ao contrário, queremos a Anarquia, isto é, uma sociedade fundada sobre o livre e voluntário acordo, na qual ninguém possa impor sua vontade a outrem, onde todos possam fazer como bem entenderem e concorrer voluntariamente para o bem-estar geral. Seu triunfo só poderá ser definitivo quando universalmente os homens não mais quiserem ser comandados ou comandar outras pessoas e tiverem compreendido as vantagens da solidariedade para saber organizar um sistema social no qual não mais haverá qualquer marca de violência ou coação".
A atividade do anarquista, do socialista utópico (em sua sublime acepção de conquista da Esperança possível) não é violenta nem repentina, mas gradual, pedagógica, passo a passo.
"Não se trata de chegar à anarquia hoje, amanhã ou em dez séculos, mas caminhar seguramente rumo à anarquia hoje, amanhã e sempre. A anarquia é a abolição do roubo e da opressão do homem pelo homem, quer dizer, abolição da propriedade privada dos meios materiais e espirituais de produção e do governo formal; a anarquia é a destruição da miséria, da superstição e do ódio entre as pessoas. Portanto, cada golpe desferido nas instituições da propriedade privada dos meios de produção e do governo é um passo rumo à anarquia. Cada mentira desvelada, cada parcela de atividade humana subtraída ao controle da autoridade, cada esforço tendendo a elevar a consciência popular e a aumentar o espírito de solidariedade e de iniciativa, assim com a igualar as condições é um passo a mais rumo à anarquia."
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Os surrealistas, que há anos estão unidos aos anarquistas afirmam ainda que cada vez que um casal se une e sua união não é uma fancaria, mas a autêntica expressão do verdadeiro amor entre duas pessoas que se completam plenamente, ocorre mais um abalo no que chamam de "gigantesca caserna" em que se tornou a sociedade industrial. "O ocidente é um acidente!" denuncia Roger Garaudy em "Apelo aos Vivos" com a autoridade de quem sempre esteve nos pontos mais avançados de defesa política e filosófica do que promove o humano no mundo.
Seguindo com Malatesta: "Não podemos, de pronto, destruir o governo existente, talvez não possamos amanhã impedir que sobre as ruínas do atual governo um outro surja: mas isto não nos impede hoje, assim como não nos impedirá amanhã, de combater não importa que governo, recusando-nos a submetermos à lei sempre que isto seja contrário aos nossos imperativos de consciência. Toda a vez que a autoridade é enfraquecida, toda a vez que uma grande parcela de liberdade é conquistada e não mendigada, é um progresso rumo à anarquia. Da mesma forma, também é um progresso toda a vez que consideramos o governo como um inimigo com o qual nunca se deve fazer trégua, depois de nos termos convencido que a diminuição dos males por ele engendrados só é possível pela redução de suas atribuições e de sua força, não pelo aumento no número de governantes ou pelo fato de serem eles eleitos pelos governados. E por governo entendemos todo o indivíduo ou grupo de indivíduos, no Estado, Conselhos etc. que tenha o direito de fazer impor leis injustas sobre quem com elas não concorda".
Contundente e radical, repita-se, Malatesta e toda a tradição anarquista que lhe segue proporá a chegada a um governo auto-gestionário, do qual todos possam participar livremente. Um sistema auto-gestionário que possibilite participar livre e alegremente de todo o processo decisório e de execução do que terá sido decidido coletivamente, para que se chegue ao maior aperfeiçoamento social promotor do humano no mundo. Toda a vitória, por menor que seja, dos trabalhadores sobre as classes patronais, todo o esforço contra a exploração do homem pelo homem, toda a parcela de riqueza subtraída aos proprietários e posta à disposição daqueles que a geraram, toda a união amorosa plena entre duas pessoas que se amam intensa e sinceramente, tudo o que se fizer para melhorar as condições existenciais da maioria enfim, será mais um progresso, mais um passo rumo à anarquia, "este sonho de justiça e de amor entre os homens..."
Lázaro Curvêlo Chaves - Primavera de 2000
Postado por Caramujo às 20:08 1 comentários
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25/12/2009
pensamentos....sociedade
“Se as comunidades, em vez de aspirar, como têm feito até hoje, a ocupar vastos territórios e a satisfazer sua vaidade com idéias de império, contentassem-se com um distrito pequeno, com uma cláusula de confederação em caso de necessidade, todo indivíduo viveria sob o olhar público; e a desaprovação de seus vizinhos, uma espécie de coerção não derivada dos caprichos do homem, mas do sistema do universo, inevitavelmente o obrigaria a reformar-se ou a emigrar”.
(William Godwin)
Postado por Caramujo às 16:30 0 comentários
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07/12/2009
Os Blefes
"Um homem que ainda tem chances de ganhar dinheiro procura convencer-se de que a riqueza o "salvará". Quem tem consciência de que já não conseguirá transpor as cercas da miséria, luta para convencer-se de que existe um deus com poder de resgatá-lo. Ambos blefam para si mesmos, e enquanto o blefe do primeiro encheu o mundo de escravos, o blefe do segundo deu origem aos mais diversos bandos de energúmenos."
"Ezio Flavio Bazzo"
Postado por Caramujo às 20:25 0 comentários
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