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05/12/2008

DITADURA CULTURAL


Não cabe ao Estado impor, condicionar ou recusar cânones estéticos, oficializar ou banir estilos literários, promover ou proibir conteúdos. No que toca à arte, à literatura, ao cinema, ao teatro e à música, o Estado devia abster-se de qualquer opção, reduzindo a esfera da sua intervenção à salvaguarda, conservação, restauro, preservação, estudo e divulgação do imenso património móvel e imóvel confiado à sua guarda. Mais, não. A "política cultural" está para as democracias como a ditadura cultural para os regimes não-democráticos. A "política cultural" subentende a intromissão do Estado e dos governos na vida cultural, implica escolhas valorativas, dirigismo, paternalismo e muito amiguismo. As democracias dirigistas, populistas e demagógicas herdeiras da tradição revolucionária continental encaram a intromissão do Estado como um direito e não como uma violência. Usar recursos públicos para impor escolhas eivadas de subjectividade, impor linhas de entendimento ideológico a coberto de um suposto revigoramento da consciência cívica, promover uma certa ideia de cultura enquanto apêndice do prestígio do Estado é coisa incompatível com a liberdade dos indivíduos e da sociedade.

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