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08/02/2009

Contra a Reprodução da Morte


Pintura de Gustave Moreau: O Poeta Viageiro






Um Dos Sinais da Aproximação do Fim - que tantos parecem esperar - consiste em um fascínio por todos os detritos mais negativos e odiosos da época, um fascínio sentido pelos próprios pensadores que se consideravam os mais perspicazes sobre o assim chamado apocalipse sobre o qual nos alertam. Estou falando de pessoas que conheço muito bem - aquelas da ``direita espiritual'' (como os neoguenonianos, com sua obsessão por sinas de decadência) - e aquelas da esquerda pós-filosófica, os neutros ensaístas da morte, profundos conhecedores das artes da mutilação.
Para ambos esses grupos, toda ação possível no mundo é depreciada como mais uma manifestação da coisa de sempre - tudo se torna igualmente sem sentido. Para os tradicionalistas, nada importa a não ser preparar a alma para a morte (não apenas a sua própria, mas também a do mundo todo). Para o ``crítico cultural'', nada importa a não ser o jogo de encontrar uma razão a mais para o desespero, analisá-la, adicioná-la ao catálogo.

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