A banda Natiruts está de volta, e desta vez manda seu recado consciente de sempre com uma roupagem ainda mais moderna. Quem se surpreendeu com a pegada "Reggae Power", trabalho anterior da banda, com certeza irá aprovar mais essa evolução. A mixagem ficou nas mãos nada mais nada menos que do grande Mad Professor, que dispensa qualquer tipo de apresentação. Confira a entrevista feita com Alexandre, vocalista do Natiruts, e saiba mais sobre o novo trabalho, ideologia e muito mais.
A ENTREVISTA
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É um nome que tem a ver com a nossa história recente. A banda passou por várias transformações, tanto nos integrantes como na maneira de conduzir a carreira, que passou a ser independente em 2002. Hoje ninguém duvida de onde sempre saiu as bases, os hits, o conceito da banda.
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Na realidade essa música nasceu no estúdio durante a gravação. Ela marca uma nova era na sonoridade da banda assim como aconteceu com "Reggae Power", mas no disco teremos um apanhado de todos os caminhos já explorados, como o roots reggae, o reggae com harmonias mais brasileiras, ska, outras com sonoridades mais modernas, uma misturando batidas de dancehall com batidas brasileiras, e a Raçaman que tem uma sonoridade mais moderna e letra um pouco mais direta. Gostamos de explorar essa característica em poder fazer tanto músicas ácidas, como músicas românticas com naturalidade.
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Para nós, o conceito de atitude sempre foi muito mais ligado à ação, do que propriamente se vestir, cantar, se comportar ou rezar da forma que foi pré-definida como certa. Seguindo esse pensamento, tivemos a atitude de seguir independente e hoje temos a possibilidade de colocar nossas idéias com total liberdade e divulgar nossas canções da maneira que julgarmos melhor, e o melhor para nós hoje é disponibilizar o primeiro single gratuitamente, como forma de gratidão aos fãs.
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Os últimos três trabalhos eu participei ativamente na produção musical junto com o Daniel Felix. Temos uma ótima sintonia de trabalho e a cada oportunidade estamos chegando mais fielmente no som que a banda idealiza.
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A primeira coisa que tenho a dizer não é sobre som, é sobre a vida. Tem gente por aí que se acha o Papa do roots, o Papa do dub... que julga o som de todo mundo, dizendo quem é pop, quem é reggae, quem representa, quem não, como se fosse o dono do mundo. Aí você chega lá e da de cara com uma verdadeira lenda do reggae, e o cara é um poço de humildade e de cabeça livre também. Lição de vida para mim. Agora falando de som ele mixou todas as faixas que são mais para o roots, new roots e lovers rock, como eles chamam as mais românticas.
Primeiro ele levantava o som das coisas, tirava os timbres do fundo das cavernas, claro que isso só foi possível por que a captação que fizemos aqui em São Paulo foi muito boa, e depois ele fazia uma versão para o disco e outras mais de dubs tudo na hora, ao vivo. E nós ficávamos ali quietos, aprendendo. No final de cada música ele perguntava se estava ok. Poucas vezes pedimos que mudasse algo.
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Sem dúvida. Nossas músicas são o reflexo do que vivemos recentemente. Por esse motivo que demoramos geralmente dois anos para lançar algo novo.
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Discreta. Apesar de hoje dividirmos as paradas de sucesso com as maiores bandas nacionais e gringas de outros estilos como rock e hip hop, e termos uma das maiores médias de público em shows do país, não temos preocupação com o lado do estrelato da coisa. Somos uma banda que gosta de aparecer nos shows. Não existe uma preocupação em construir uma imagem para se criar um mito. Nosso público sempre cresceu de forma natural, através das canções. Melhor assim.
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Reggae Brasileiro.
FONTE: surforeggae.COM
http://surforeggae.ig.com.br/mp3/nati-racaman.mp3
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