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18/11/2009

Alberto Lins Caldas







*. o capitalismo enquanto “nazismo” normalizado, midiatizado, suportável, quase imperceptível {“camadas” inteiras da população não conseguem perceber ele seja por serem absolutamente excluídos, o lixo humano que rola nas cidades, fora do consumo e da produção, vivendo como ratos; participarem ativamente da manada de trabalhadores, sendo roídos a todo minuto pelo produzir, pelo consumir e por todas as formas de reprodução; serem servidores [classes médias], que se tornaram o “espírito dominante da vida social” exatamente por servirem à hegemonia com todo seu corpo, sua alma, seu tempo e todas as suas crenças, incluindo aí as várias formas de “intelectual”; ou por aqueles que detêm o poder e os meios de produção: cada um é dormente segundo sua covardia, participação ou cumplicidade}, dimensão regular do real, tornou-se o tempo, a memória, a história e a atmosfera esperada e em plena reprodução atual do programa geral da virtualidade.

*. a pessoa, o eu, o sujeito, o cidadão e o ser humano (produções monstruosas da práxis e seus fantasmas hipostasiados) aceitam, exigem, imploram serem governados, isto é, acossados, adestrados, advertidos, amedrontados, analisados, anotados, aprisionados, avaliados, caçados, calculados, censurados, cevados, comandados, comparados, comprados, corrigidos, decompostos, dirigidos, doutrinados, emudecidos, escravizados, espancados, espionados, esquecidos, exercitados, explicados, explorados, exterminados, extorquidos, fuzilados, guardados, igualados, iludidos, impedidos, inspecionados, interpretados, julgados, legislados, maltratados, medidos, multados, mumificados, negociados, pressionados, prostituídos, recenseados, reciclados, reformados, registrados, regulamentados, reprimidos, reprovados, roubados, sacrificados, tarifados, utilizados, vendidos: tudo em nome da pátria, da história, da natureza, das leis, de deus: como se tudo isso não fosse laboriosa e dormentemente criado, reproduzido e imposto em profunda hipóstase pela própria manada.

*. tudo que a manada acredita, segue, ensina, formata é periculoso para o indivíduo. como não sabe nem pode saber que todos os seus sistemas elementares de crenças criam e reproduzem suas estruturas imaginárias e simbólicas enquanto “o real”, como não sabem que “o real” são eles mesmos em manada, em função, em atividade conjunta e dispersa, o indivíduo, a singularidade, o nódulo de negatividade corre perigo de ser atropelado pela loucura desesperada seja da manada como um todo, como um grupo ou mesmo como um sujeito ou uma pessoa: todos profundamente periculosos.

*. todo governo, estado, organização, instituição, partido, é a expressão, em imagem menos, da própria manada. não há tirania (qualquer forma de governo, de estado, de autoridade) que não seja um espelho menor das muitas manadas dentro da manada e seus micro-poderes de apoio, contribuição, garantia, fiança, estímulo, de aplauso, de concordância, de reforço, de adesão, de torcida. todo estado, todo governo é o espectro monstruoso da manada, seu pesadelo, sua loucura, sua doença, seu horror, seu torpor, sua alucinação materializada, a produção colossal de um parasita.

Alberto Lins Caldas


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